terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Não se cortou o cordão umbilical em tempo!

Não se cortou o cordão umbilical em tempo!
Surge uma nova polêmica na medicina: o corte do cordão umbilical: para um grupo o corte tardio pode trazer benefícios para o bebe, tais como estoque de ferro e, conseqüentemente, óbice a anemia. Para outro grupo, o atraso no corte pode trazer policitemia (excesso de glóbulos vermelhos) e icterícia (coloração amarela gerada por excesso de bilirrubina). (fonte: Folha Online – equilíbrio).

Bom, mas o que isso tem haver conosco – Atores Jurídicos? Primeiro viso aprender com os possíveis comentários e, segundo, para provocar – “oxigenar o direito” (Dr. Julio).
Essa madrugada estava revendo alguns autores – fontes de discussões acadêmicas durante o semestre retrasado, principalmente, na área de filosofia jurídica – e, aleatoriamente, peguei Peter Häberle (Conversas Acadêmicas com Peter Haberle / organizador Diego Valadés; traduzido, do espanhol, por Carlos dos Santos Almeida. – São Paulo: Saraiva, 2009) que havia comprado no inicio do corrente ano.
Häberle esteve no Brasil em 2005, muito ovacionado pelo Presidente do STF – Ministro Gilmar Mendes que, inclusive, na apresentação do livro, aduziu que alguns julgados de ADIns (2.777 e 1289) houve uma forte influência do autor . Salientou ainda que o instituto do Amicus Curiae é uma prova da inserção do maior pensamento daquele autor – Sociedade Aberta.
Isso me fez pensar que estamos com policitemia européia. Isto porque não conseguimos cortar o cordão umbilical tempestivamente.
Conseqüentemente, nossos intelectuais estão mergulhados na ideologia européia. Isso não é uma crítica, mas uma constatação.
Diante desta constatação procurei o Hino Nacional de Portugal e da Alemanha, surpresa:
Heróis do mar, nobre povo,Nação valente, e imortal,Levantai hoje de novoO esplendor de Portugal!Entre as brumas da memória,Ó Pátria sente-se a vozDos teus egrégios avós,Que há-de guiar-te à vitória!(...)
Desfralda a invicta Bandeira,À luz viva do teu céu!Brade a Europa à terra inteira:Portugal não pereceuBeija o solo teu jucundoO Oceano, a rugir d'amor,E teu braço vencedorDeu mundos novos ao Mundo!(...) (grifo Nosso).
Da Alemanha:
Deutschland, Deutschland über alles,Über alles in der Welt,(…)

O que se esta dizendo é que, enquanto aqueles hinos se personificam em nossas mentes por meio de suas ideologias universalizantes, não personificamos e muito menos antropomorficamos nosso Hino!!!!!!!
Veja nossa Bandeira, apregoada várias décadas que o verde simboliza as matas, mas que no fundo simboliza o pavilhão pessoal dos príncipes reais do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, adaptada como bandeira do Reino do Brasil de setembro a dezembro de 1822.
Ora, se no pretérito os Europeus levaram nossas riquezas (ouro e prata), hoje, nos violentam furtando nossos ouros intelectuais – vocês que me lêem agora!!! Acham que estão nos dando um “Mundo novo” ao nosso. Querem que a terra ouça, com uma nova roupagem, o brado da Europa novamente sobre nós! Objetivam que levantemos para eles o que consideram esplendor (suas ideologias e insights teóricos)! Isso porque pensam que estão “acima de tudo e de todos no mundo”!
Talvez seja por isso que Haberle asseverou na pg. 203: “(...) Brasilia segue como uma capital sem povo, ainda que gradualmente lá se estabeleça uma nova geração própria, que aos poucos cresce nesta fascinante cidade-arte de Oscar Niemeyer”.
Só faltou dizer que nossos intelectuais (Presidente do STF, STJ, Juízes e Legisladores) são anencefálicos!
É por isso que, nos blogs que visito, tento encontrar uma “tesoura” para romper com “A Utopia do Direito”, para que não possam dizer mais tarde que está, o “Direito Fora do Lugar Comum” e, assim, torcer para que “Julio Cesar Marcellino” e “Alexandre Morais da Rosa” possam cortar as seqüelas deixadas pelo corte tardio do cordão umbilical, proporcionando a todos a possibilidade de sermos “Atores Jurídicos” no cenário nacional.
Por último, meu ardente desejo é que se arvorem os ânimos com o fito de discutir – “sociedade aberta” – as idéias desses autores. Que haja o debate, seja na faculdade, seja em qualquer outro lugar, mesmo que seja nesse blog (haverá espaço limitado), mas que haja!
Caso contrário, nos alegraremos com o “(…)Deutscher Wein und deutscher Sang Sollen in der Welt behalten Ihren alten schönen Klang,(…)”!


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